sexta-feira, maio 25, 2007

O medo de Narciso

O medo de Narciso não é o espelho
Sua busca é seu contrário
turvas imagens
de seus deuses refletidas
em lagos ocasionais

É em suas divinas criações que experimenta
a beleza
Seu oposto o extasia e o mantém
estagnado na fantasia
de jamais ver o que é
apenas o que reflete ser

O medo de Narciso
é o substantivo amor de Eco
a bela ninfa das últimas sílabas

Amor que ecoa em abismos concretos
íntimos, possíveis... reais

Amor contrário ao contrário de Narciso
que se realiza em impossibilidades
e mora no Angus que sustenta seus pés

O medo de Narciso é o convite a olhar
mais vezes
a fechar os olhos e encontrar seus olhos
enxergar-se sem imagem
sem contrário
deixar a angústia e mergulhar
em seu abismo sem eco
ouvir somente sua verdade
seu produto
o som infinito
de seu silêncio.

Acho que voltei, mas só acho...

Deu vontade de escrever hoje. Pode ser só hoje.
Fez um ano desde a última vez. Muitas coisas aconteceram, muitas coisas mudaram, porém outras continuam me assombrando de maneira integral. Uma delas é minha insônia. Estou aqui, novamente, numa madrugada fria, tentando escrever algo e jogar na rede... minha garrafa que poderá nunca ser aberta.

Não vou me estender agora, porque tá frio e meus dedos dóem. Espero voltar em breve, caros amigos.

Beijos para Kilvia que me escreveu perguntando de mim.
Beijos para tia Turmalina também, que não sei se passa aqui, mas também me escreveu pedindo para eu voltar.
Ofereço esse post aos Beatles.